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Aqui a Umbanda e levada a sério
Iansã é um Orixá feminino muito famoso no Brasil, sendo figura das mais populares entre os mitos da Umbanda e do Candomblé em nossa terra e também na África, onde é predominantemente cultuada sob o nome de Oiá.
É um dos Orixás do Candomblé que mais penetrou no sincretismo da Umbanda, talvez por ser o único que se relaciona, na liturgia mais tradicional africana, com os espíritos dos mortos (Eguns), que têm participação ativa na Umbanda, enquanto são afastados e pouco cultuados no Candomblé. Em termos de sincretismo, costuma ser associada à figura católica de Santa Bárbara. Iansã costuma ser saudada após os trovões, não pelo raio em si (propriedade de Xangô ao qual ela costuma ter acesso), mas principalmente porque Iansã é uma das mais apaixonadas amantes de Xangô, e o senhor da justiça não atingiria quem se lembrasse do nome da amada. Ao mesmo tempo, ela é a senhora do vento e, conseqüentemente, da tempestade. Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Iansã, ela surge quando incorporada a seus filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua espada, e ao mesmo tempo feliz.
Ela sabe amar, e gosta de mostrar seu amor e sua alegria contagiantes da mesma forma desmedida com que exterioriza sua cólera.
Como a maior parte dos Orixás femininos cultuados inicialmente pelos iorubás, é a divindade de um rio conhecido internacionalmente como rio Níger, ou Oiá, pelos africanos, isso, porém, não deve ser confundido com um domínio sobre a água.
A figura de Iansã sempre guarda boa distância das outras personagens femininas centrais do panteão mitológico africano, se aproxima mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao homem, pois está presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como nos caminhos cheios de risco e de aventura - enfim, está sempre longe do lar; Iansã não gosta dos afazeres domésticos.
É extremamente sensual, apaixona-se com freqüência e a multiplicidade de parceiros é uma constante na sua ação, raramente ao mesmo tempo, já que Iansã costuma ser íntegra em suas paixões; assim nada nela é medíocre, regular, discreto, suas zangas são terríveis, seus arrependimentos dramáticos, seus triunfos são decisivos em qualquer tema, e não quer saber de mais nada, não sendo dada a picuinhas, pequenas traições.
É o Orixá do arrebatamento, da paixão. Foi esposa de Ogum e, posteriormente, a mais importante esposa de Xangô. é irrequieta, autoritária, mas sensual, de temperamento muito forte, dominador e impetuoso.
É dona dos movimentos (movimenta todos os Orixás), em algumas casas é também dona do teto da casa, do Ilê. Iansã é a Senhora dos Eguns (espíritos dos mortos), os quais controla com um rabo de cavalo chamado Eruexim - seu instrumento litúrgico durante as festas, uma chibata feita de rabo de um cavalo atado a um cabo de osso, madeira ou metal. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaiê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo.
É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.
Comanda também a falange dos Boiadeiros.
Duas lendas se formaram, a primeira é que Iansã não cortou completamente relação com o ex-esposo e tornou-se sua amante; a segunda lenda garante que Iansã e Ogum, tornaram-se inimigos irreconciliáveis depois da separação.
Iansã é a primeira divindade feminina a surgir nas cerimônias de cultos afro-brasileiros. Deusa da espada do fogo, dona da paixão, da provocação e do ciúme.
Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria o desejo de possuir, o desejo sexual.
É a volúpia, o clímax.
Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão.
A frase estou apaixonado, tem a presença e a regência de Iansã, que é o orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados.
É o ciúme doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido.
É a paixão propriamente dita.
É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado no campo amoroso. Iansã rege o amor forte, violento.
As Características Dos Filhos De Iansã
Seu filho é conhecido por seu temperamento explosivo.
Está sempre chamando a atenção por ser inquieto e extrovertido.
Sempre a sua palavra é que vale e gosta de impor aos outros a sua vontade.
Não admite ser contrariado, pouco importando se tem ou não razão, pois não gosta de dialogar. Em estado normal é muito alegre e decidido.
Questionado torna-se violento, partindo para a agressão, com berros, gritos e choro. Tem um prazer enorme em contrariar todo tipo de preconceito.
Passa por cima de tudo que está fazendo na vida, quando fica tentado por uma aventura. Em seus gestos demonstra o momento que está passando, não conseguindo disfarçar a alegria ou a tristeza. Não tem medo de nada.
Enfrenta qualquer situação de peito aberto.
É leal e objetivo.
Sua grande qualidade, a garra, e seu grande defeito, a impensada franqueza, o que lhe prejudica o convívio social.
Iansã é a mulher guerreira que, em vez de ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem as batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo.
Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto competitivos, agressivos e dados a ataques de cólera.
Ao contrário, porém, da busca de certa estratégia militar, que faz parte da maneira de ser dos filhos de Ogum, os filhos de Iansã costumam ser mais individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a batalha, vencerão todos os problemas.
São fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa aquelas figuras que repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor ou por um ideal.
Talvez uma súbita conversão religiosa, fazendo com que a pessoa mude completamente de código de valores morais e até de eixo base de sua vida, pode acontecer com os filhos de Iansã num dado momento de sua vida.
Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida uma vez de pernas para o ar, poderá novamente chegar à conclusão de que estava enganado e, algum tempo depois, fazer mais uma alteração - tão ou mais radical ainda que a anterior.
São de Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na casa de um amigo - e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar uma irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos particulares de sua vida.
Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e chocantemente diretos. Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas, a longo prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e pretensões.
Têm uma tendência a desenvolver vida sexual muito irregular, pontilhada por súbitas paixões, que começam de repente e podem terminar mais inesperadamente ainda.
Se mostram incapazes de perdoar qualquer traição - que não a que ele mesmo faz contra o ser amado.
Enfim, seu temperamento sensual e voluptuoso pode levá-las a aventuras amorosas extraconjugais múltiplas e freqüentes, sem reserva nem decência, o que não as impede de continuarem muito ciumentas dos seus maridos, por elas mesmas enganados.
Mas quando estão amando verdadeiramente são dedicadas a uma pessoa são extremamente companheiras.
Todas essas características criam uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã.
Se por um lado são alegres e expansivos, por outro, podem ser muito violentos quando contrariados;
se têm a tendência para a franqueza e para o estilo direto, também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos menores provocam reações enormes e, quando possessos, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.
Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos escolhidos ara seu círculo mais íntimo.
Cozinha ritualística Ipetê Cozinhe inhames descascados em água pura sem sal. Frite, a seguir, os inhames cozidos e cortados em rodelas no azeite de dendê e separe.
No próprio azeite que usou para a fritura, coloque o camarão seco descascado e picado e salsa, de modo a fazer um "molho".
Coloque os inhames fritos num prato e regue-os com esse "molho". Acarajé Na véspera, ponha o feijão fradinho de molho.
No dia seguinte, ele estará bem inchado.
Descasque o feijão - grão por grão - retirando o olho preto, e passe na chapa mais fina da máquina de moer carne. Bata bastante para que a massa fique leve, isto é, até arrebentarem bolhas.
Tempere com sal e a cebola ralada. Ponha uma frigideira no fogo com azeite de dendê e aí frite os acarajés às colheradas (com uma colher das de sopa), formando, assim, os bolinhos. Depois de fritos, reserve-os e prepare o molho: soque juntos a cebola, os camarões secos, as pimentas e o dente de alho.
Depois de tudo bem socado e triturado, refogue em uma xícara de azeite de dendê. Sirva os acarajés abertos com o molho, tudo bem quente.
Bobó de inhame Cozinhe os inhames com a casca e deixe-os escorrer para que fiquem bem enxutos. Amasse-os. Ponha o azeite de dendê numa panela, junte os camarões secos, a cebola, o alho, o gengibre, a pimenta e uma colherinha de sal. Refogue bem. Acrescente os camarões frescos, inteiros, e refogue mais um pouco. Junte o inhame amassado como um purê pouco a pouco, às colheradas, mexendo sempre. Cozinhe até endurecer.
Oiá ou Iansã dirige o vento, as tempestades e a sensualidade feminina. É a senhora do raio e soberana dos espíritos dos mortos, que encaminha para o outro mundo. Correspondência com os santos católicos: Santa Bárbara. VEJA ESTA LENDA 01 Um rei tinha uma filha chamada Ala. Ele queria casá-la com um príncipe poderoso. No entanto, a princesa já tinha um amante e do amante ela esperava um filho. Sabedor do fato, o rei resolveu matá-la. Numa barca, levou a princesa até o meio do rio, do rio onde vivia Oxum.
Jogou a princesa no meio do rio, a casa de Oxum.
O rei tinha um papagaio que o acompanhava sempre. O papagaio tudo presenciou.
Tempos depois, alguns pescadores viram uma caixa boiando no rio. Foram ver de perto e dentro tinha uma criança Assustaram-se com o que viram.
Temerosos, abandonaram o seu achado na margem do rio.
Pelo mesmo lugar passou outra embarcação e seus ocupantes foram atraídos pelo choro da criança.
Os viajantes acabaram recolhendo a criança e a levaram a presença do rei. O rei ficou feliz com o presente e resolveu apresentar a criança ao povo como sendo filha sua. Ele sentia falta da filha que afogara, sentia-se sozinho.
]deu uma festa para apresentar a nova filha que adotara.
Quando todos estavam reunidos o papagaio contou-lhes acerca de todo o sucedido.
Disse que a menina havia nascido na casa de Oxum.
Portanto, deveriam devolvê-la ao rio.
O rei então se deu conta de que a menina era sua neta e devolveu-a ao rio onde nascera.
A criança cresceu protegida por Oxum.
ESTA MENINA ERA YANSÃ
PONTOS DE IANSÃ 1- Eparrei na Aruanda A nossa mãe é Iansã Gira deixa a gira, girar Gira deixa a gira, girar Oh deixa a gira, girar Saravá Iansã Meu Pai Xangô e Iemanjá Eh oh, deixa a gira, girar 2- A Iansã é rainha de Umbanda Mais ela é dona do seu Jacutá Oh Eparrei, Eparrei, Eparrei Oh mamãe de Aruanda Segura o terreiro Que eu quero ver 3- Chora na macumba Iansã Chora na macumba Iansã Estava na beira da praia Iansã chorou, chorou, chorou 4- Oh Santa Barbara de Nagô ela é Oh Santa Barbara Nagô é, ela é Santa Barbara é moça linda, ela é Oh moça dos cabelos loiros, ela é 5- Santa Barbara virgem Dos cabelos loiros Mora na pedreira Na terra do ouro 6- A Iansã é mulher guerreira A Iansã é mulher guerra A Iansã é mulher guerreira A Iansã é mulher guerra 7- Oh minha Santa Barbara Kaô, Kaô Oh meu São Jerônimo Kaô, Kaô 8- Eu sai a procurar Um fundamento ninguém veio a saber Oi abre a porta venha receber A Iansã, Santa Barbara de Nagô 9- Estava numa ladeira Sem poder descer Oh Santa Barbara virgem Venha nos-vale 10- Iansã tem um leque de pena Pra abanar em dia de calor Iansã mora nas pedreiras Eu quero vê meu Pai Xangô
11- Iansã Orixá de Umbanda Rainha do nosso congá Saravá Iansã lá na Aruanda, Eparrei! Eparrei Iansã venceu demanda Iansã, saravou pra Xangô No céu, onde se coroou E lá nas matas leão bradou Saravá Iansã Saravá Xangô 12- Oiá é moça rica, Ela é filha de Xangô Iansã chegou na Umbanda O seu reino saravou 13- Iansã, Iansã Segura seu Erere, Iansã Oh Iansã, oh Iansã Segura seu Erere 14- Oh venha me valer, Senhor Santa Barbara está chamando e Xangô Vá dizer a Santa Barbara Pro vento continuar Tenho pena mãe de Deus, Eu vou para o congá Eu vou para o congá 15- Oh Eparrei minha mãe de Aruanda Mais ela é dona do seu Jacutá E re re re E re re rá Minha mãe de Aruanda Tem mironga lá no mar 16- Minha Santa Barbara Que linda coroa Pelo amor de Deus, Santa Barbara não me deixe a toa 17- Aê dim dim Aê dim dá E a matamba de Aruê E a matamba de Aruá 18- Olha a matamba eta deme Olha a matamba eta deme Caboclo é da morunganga eta deme Oh Iansã olha a matamba eta deme 19- Raio de luz clarão no céu É ventania que vem lá A noite inteira vento vem e vai Rodopiando a bailar Com a espada erguida ao luar Surge a guerreira É Iansã varrendo os males É Iansã oh mãe valei-me Levai nesses ventos os nossos tormentos Levai minha dor E quando sessar a tempestade E eu vislumbrar um novo amanhã Explode em meu peito um brado Eparrei Oh mãe Iansã Põe no tacho azeite pra ferver de Oiá Põe meio tempero desse acarajé Que possuir coragem pra seguir viajem Filhos que tem fé 20- Oh Oiá me chamou Eu fui atender Tava sentada Iansã Na palha do dendê Oh guerreio, guerreio relampejou Oh voou cravo, voou rosa relampejou 21- Ventou, mas que ventania Iansã é nossa mãe Santa Barbara é nossa guia 22- Iansã é a dona do mundo Dona do fogo, da faísca e do trovão Eparrei Iansã na Aruanda Santa Barbara com a espada na mão 23- Ela é matamba Ela é Oiá Ela é Iansã Desse Jacutá Ela é matamba Do cabelo loiro Senhora dos ventos Da espada de ouro 24- Saravá Iansã do cabelo loiro No mar tem água, na sua pedra tem ouro Le, le le e Le, le le á Saravá Iansã que é rainha do mar 25- Saravá deusa maior Iansã é moça rica Iansã deusa dos ventos Saravá moça bonita Iansã é minha mãe Rainha do Jacutá Vem gritado Eparrei Roda a saia que eu quero ver Filho de Umbanda não tem querer 26- Ventou nas matas Ventou nas pedreiras Que vento forte nas cachoeiras Não era Oxossi, nem é Xangô Era Iansã com seu batacotô Deusa dos ventos e do trovão Oh minha mãe quero sua proteção 27- Iansã, Oiá divina no axé Eparrei Oiá Santa Barbara ela é Já trovejou relampejou Cadê Oiá Xangô Iansã, Oiá divina no axé Eparrei Oiá Santa Barbara ela é O Cálice Bento ela segurou Sua espada sagrada ela arriou Eparrei Oiá, Eparrei Oiá 28- Eparrei, Eparrei Eparrei bela Oiá Iansã olha a matamba Iansã olha a matamba A minha santa guerreira venha me valer Oh me sinto num abismo não sei o que vou fazer Em meio a escuridão veio um raio clarear Me mostrando o caminho que eu possa passar Eparrei, Eparrei Eparrei bela Oiá Iansã olha a matamba Iansã olha a matamba Peço que nesse caminho bons ventos possa soprar Afastando as nuvens negras que querem me derrubar Se nele encontrar espinhos em flores eu vou pisar Pois sou filho de Iansã poderosa Iabá 29- Iansã é rainha dos ventos Deusa dos raios do corisco e trovão Eparrei, Eparrei Eparrei Oh mamãe de Aruanda Ela vem na Umbanda visitar seu ilê Bate paô iaô, bate paô Bate paô iaô, pra Iabá bate paô 30- Oiá, Oiá olha a matamba Olha seus filhos Iansã aqui na banda Um banho de ervas de Iansã eu vou tomar De joelhos eu imploro minha deusa bela Oiá Os meus caminhos eu preciso seguir Eu chamo por Iansã para vir me conduzir Oiá, Oiá olha a matamba Olha seus filhos Iansã aqui na banda Deusa dos ventos rainha do bambuzal Santa do acarajé livrai-nos de todo mal Seus filhos pedem em nome de Oxalá Oiá Iansã guerreira não deixa seus filhos tombar 31- Sinda, sinda cóké Vai na Angola gira Samba lêlê, oh, quirombó Santa Barbara do Jacutá 32- Iansã chegou no reino Chegou com chuva e com vento Ela é dona de Jacutá veio saravá Os filhos do congá 33- Oh Iansã se ela é minha mãe Se ela é minha mãe Ah eu quero ver Oi saravá Ogum Megê Oi Iansã Eparrei Eparrei 34- Eu vi Iansã e Xangô Estavam sentados em cima da pedra Estavam rezando por todos os seus filhos Saravá Iansã e Xangô 35- Numa bela noite eu caminhava Sozinho pedindo proteção Deu um relâmpago no céu O céu clareou Me ajoelhei e Iansã me abençoou 36- Iansã rainha dos astros Iansã é moça de imbera Iansã é adelina Iansã também é Oiá e Obá 37- O ronco da pedreira e a trovoada Ecoou lá na mata Ecoou lá na serra Todo o povo de Iansã Todo o povo de Xangô Chegou cá na Terra Chegou para a guerra 38- Oi Iansã de cabelos loiros De espada na mão Traz Ogum Megê Como companheiro E na calunga Ela vem firmar 39- Quando ela passa Iansã vem cheia de graça Com sua espada na mão Minha mãe guerreira Me ajuda a toda hora Minha mãe guerreira Me ajuda a vida inteira 40- Ela é minha mãe guerreira De cabelos loiros ela vem Com trovoada e muito vento Espada na mão Ela vem, para guerrear Ela é Iansã E Iansã guerreira Ela vem, para guerrear 41- Corre vento Trovoada tá no espaço Tempestade não é brincadeira Saravá Iansã guerreira 42- Loira muito formosa ela é Domina o vento e o trovão Iansã guerreira Não treme não 43 Iansã vem Ela vem beirando o mar Ela vem com trovoada Ela vem com muito vento Ela vem lá de Aruanda Com a espada na mão Ela vem trazendo vento 44- Eparrei mamãe Eparrei Iansã Dona dos Eguns, Mamãe vem girar, Com Ogum Megê Ela vem cruzando, É no cruzeiro Mamãe, mamãe vai firmando, Ela vem com o vento, Ela vem com a água Mamãe Iansã! Veio saravá 45- Saravá Iansã Minha mãe querida Com sua espada na mão Ela vem trabalhar, Saravá Pai Xangô, Saravá Iansã Trovoada roncou Mamãe vem saravá 46- Eu vi essa menina Saravando no congá Salve seu leque de pena Rainha do Jacutá Iansã é muito linda Mais que linda que ela é Iansã esta no terreiro vem trazendo seu axé 47- Moça rica com sua espada Sua coroa é cravejada de brilhantes Quimbanda, auê! Quimbanda auê 48- Oh mamãe ela vem de Aruanda Ela vem com chuva e com vento Na terra ela vem firma 49- Eram duas ventarolas Duas ventarolas Que voavam sobre o mar Uma era Iansã Eparrei! A outra era Iemanjá Odociaba 50- Oh Iansã menina Dos cabelos loiros, Ela está sentada Na mina de ouro. 51- Ventou mais que ventania Ventou mais que ventania Iansã é nossa mãe Santa Barbara é nossa guia 52- Ela é minha mãe guerreira Com seu cabelo cor de ouro Com sua espada na mão Ela é Iansã guerreira Que chegou nesse congá 53- Iansã sua espada é luminosa Sua coroa enfeitada de rosas Iansã sua espada é luminosa Sua coroa enfeitada de rosas Okê banda Odé Okê banda Odé Saravá a coroa de Iansã Que ilumina nossa fé Iansã senhora da banda É a rainha do seu congá Salve Iansã lá na Aruanda Eparrei, Eparrei Iansã vence demanda 54- Espia o que vem pelo céu Olha o que vem pelo mar Ela é nossa mãe Iansã Ela é a rainha desse congá Iansã cruzou na linha de Xangô Lá na mata leão bradou Saravá Iansã lá na Aruanda Eparrei, Eparrei Iansã vence demanda 55- Eu vi Santa Barbara e Xangô-ô A trovoada roncou lá no mar Olha a mujinga de congo ê, ê, ê Olha a mujinga de congo ah, á, á 56- Eu vi Santa Barbara e Xangô Sentados em cima da pedra Olha seus filhos que vão pra guerra Olha seus filhos que vão pra guerra 57- Iansã o seu leque é de ouro Vem do céu, Oxalá quem mandou Pra salvar os seus filhos Iansã Na hora da agonia e da dor 58- Oh Nanã Nanã Buruquê Iansã moça rica Vem me socorrer 59- Minha Santa Barbara crioula auê Minha virgem santa Quem manda e desmanda É Deus 60- Minha Santa Barbara venha me valer Meus inimigos tão querendo me vencer Não vence não porque Deus não quer Minha Santa Barbara é a rainha de guiné 61- PONTO DE SUBIDA Oh minha Santa Barbara É hora Filhos de Umbanda, mamãe Sempre aqui choram
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Olorun, Deus supremo, criou um ser, a partir do ar (que havia no início dos tempos) e das primeiras águas. Esse ser encantado, que era todo branco e muito poderoso, foi chamado Oxalá. Logo em seguida, criou um outro orixá que possuía o mesmo poder do primeiro, dando-lhe o nome de Nanan. Os dois nasceram da vontade de Olorun de criar o universo. Oxalá passou a representar a essência masculina de todos os seres, tornando-se o lado direito de Olorun. Nanan, por sua vez, teria a essência feminina, e representaria o lado esquerdo. Outros orixás também foram criados, formando-se um verdadeiro exército a serviço de Olorun, cada um com uma função determinada para executar os planos divinos. Exú foi o terceiro elemento criado, para ser o elo de ligação entre todos os orixás, e deles com Olorun. Tornou-se costume prestar-lhe homenagens antes de qualquer outro, pois é ele quem leva as mensagens e carrega os ebós. Olorun confiou à Oxalá a missão de criar a Terra, investindo-o de toda a sabedoria e poderes necessários para o sucesso dessa importante tarefa. Deu a ele uma cabaça contendo todo axé que seria utilizado. Oxalá, orgulhoso por ter recebido tamanha honraria, achou desnecessário fazer as oferendas a Exú. Exú, vendo que Oxalá partira sem lhe fazer as oferendas, previu que a missão não seria cumprida, pois, mesmo com a cabaça e toda a força do mundo, sem a sua ajuda não conseguiria chegar ao local indicado por Olorun. A caminhada era longa e difícil, e Oxalá começou a sentir sede, mas, devido à importância de sua missão, não podia se dar ao luxo de parar para beber água. Não aceitou nada do que lhe foi oferecido, nem mesmo quando passou perto de um rio interrompeu a sua jornada. Mais à frente, encontrou uma aldeia, onde lhe ofereceram leite de cabra para saciar sua sede, que também foi recusado. Todos os caminhos pareciam iguais e, depois de andar por muito tempo, sentiu-se perdido. De repente, ele avistou uma palmeira muito frondosa, logo à sua frente, Oxalá, já delirando de tanta sede, atingiu o tronco da palmeira com seu cajado, sorvendo todo o líquido que saía de suas entranhas (era vinho de palma). Embriagado pela bebida, desmaiou ali mesmo, ficando desacordado por muito tempo. Exú avisou Nanan que Oxalá não havia feito as oferendas propiciatórias, por isso não terminaria sua tarefa. Ela, agindo por contra própria, resolveu consultar um babalawô para realizar devidamente as oferendas. O sacerdote enumerou uma série de coisas que ela deveria oferecer, entre elas um camaleão, uma pomba, uma galinha com cinco dedos e uma corrente com nove elos. Exú aceitou tudo, mas só ficou com a corrente, devolvendo o restante à Nanan, pois ela iria precisar mais tarde. Outros sacrifícios foram realizados, até que Olorun a chamou para procurar Oxalá, que havia esquecido o saco da criação com o qual criaria a Terra. Nanan, após terminar suas oferendas, foi atrás de Oxalá, encontrando-o desacordado próximo ao local onde deveria chegar. Ao saber que Oxalá havia falhado em sua missão, Olorun ordenou que a própria Nanan prosseguisse naquela tarefa com a ajuda de todos os orixás. E assim foi feito. Nanan pegou o saco da criação e o entregou à pomba, para que voasse em círculo. A galinha com cinco dedos foi solta, para espalhar aquela imensa quantidade de terra, e, finalmente, o camaleão arrastou-se vagarosamente, para compactá-la e torná-la firme. Quando Oxalá acordou, viu que a Terra já havia sido criada, e não o fora por ele. Desesperado, correu até Olorun, que o advertiu duramente por não ter reverenciado Exú antes de partir, julgando-se superior a ele. Oxalá, arrependido, implorou perdão. Olorun, sempre magnânimo, deu-lhe uma nova e importantíssima tarefa, que seria a de criar todos os seres que habitariam a Terra. Desta vez ele não poderia falhar! Usando a mesma lama que criou a Terra, Oxalá modelou todos os seres, e, insuflando-lhes seu hálito sagrado, deu-lhes a vida. Desta forma, Nanan e Oxalá desempenharam tarefas igualmente importantes, juntamente com a valiosa ajuda de todos os orixás, que possibilitaram o surgimento deste novo e maravilhoso mundo em que vivemos.
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Ogun vivia em sua aldeia, quando foi requisitado para uma guerra, que não tinha data para acabar. Antes de partir, ele exigiu que seus habitantes dedicassem um dia em sua homenagem, fazendo o sacrifício de jejuar e fazer silêncio absoluto, além de outras oferendas. Partiu, em sua longa jornada, para os campos de batalha, onde permaneceu sete anos. No regresso à sua aldeia, caminhou durante muitos dias, sentindo muito cansaço. A fome e a sede também o atormentavam. Na primeira casa que encontrou pediu água e comida, mas ninguém o atendeu, permanecendo calados e de olhos fixos no chão. Resolveu, então, fazer outra tentativa na próxima casa, mas a cena foi a mesma, o que despertou sua ira. Ele esbravejou com os moradores, exigindo que falassem com ele, mas ninguém o fez. Não se conformava com tamanha falta de respeito, depois de ter lutado tanto! Ogun esperava uma recepção calorosa em sua própria aldeia, mas, ao contrário, só encontrou silêncio. À medida que avançava pelo interior da cidade, a mesma coisa se repetia, casa após casa. Ogun nem imaginava o que estava acontecendo. Perguntava e não recebia resposta. Sua ira já estava incontrolável, quando chegou ao centro do povoado, onde haviam muitas pessoas. Estranhou o fato de ninguém estar conversando. Perguntou a eles onde estavam suas famílias, mas não obteve resposta. Era uma afronta! Foi assim que, evocando todos os seus poderes, Ogun dizimou sua própria aldeia. Caçadores que passavam pela cidade, entre eles seu filho, o reconheceram e tentaram aproximar-se. Vendo que sua cólera era imensa, resolveram evocar Exú para acalmá-lo. A ira desse orixá finalmente foi aplacada. Seu filho, indignado ao ver tanta destruição, indagou o motivo que levou seu pai a cometer tal atrocidade. Ogun respondeu que aquelas pessoas lhe faltaram com respeito quando não o reconheceram. Precisavam de um castigo. Foi, então, que seu filho fez-lhe lembrar da exigência que fizera antes de partir para a guerra. Ogun, tomado pelo remorso, devido à sua crueldade com pessoas que só estavam obedecendo ordens, abriu o chão com sua espada enterrando-se de pé.
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Oxunmare, filho de Nanan e Orixalá, recebeu de Olorun uma missão muito especial e importante para dar continuidade ao processo de criação e renovação da natureza. Sua tarefa consistia em carregar, dentro de suas cabaças, toda água da Terra de volta para o céu. Era uma tarefa árdua e interminável, pois, nem bem ele enchia as nuvens, a água já começava a escorrer, molhando tudo novamente. Ele não tinha tempo a perder, mas, numa dessas viagens, parou para olhar a Terra e viu um imenso lugar, onde tudo era extraído da lama. Estava faltando alguma coisa para dar mais alegria ao lugar. O próprio Oxunmare já tinha colocado em movimento todos os seres criados, como Olorun havia ordenado, mas ainda não bastava, tudo parecia muito igual e sem vibração. Ele resolveu, então, pedir a Deus que o ajudasse a encontrar uma maneira de trazer mais felicidade para a Terra, e Olorun concedeu a ele a realização desse desejo. Quando estava carregando água, sem querer, deixou cair algumas gotas pelo caminho. De repente, formou-se um arco colorido, de uma beleza incrível. Aquele arco mostrava as cores do universo, e, através dele e de suas infinitas combinações, Oxunmare poderia colorir toda a Terra com diversos matizes, tornando-a mais alegre e vibrante. A partir de então, formou-se uma aliança entre Deus (Olorun) e os seres criados, que sempre poderia ser vista quando as águas do céu encontrassem a luz do sol. O arco-íris tornou-se, também, símbolo desse Orixá, que gosta de movimento e harmonia em todas as coisas.
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Olorun enviou Nanan e Oxalá para viverem na Terra e criarem a humanidade. Os dois foram dotados de grandes poderes para desempenharem essa tarefa, mas somente Nanan tinha o domínio do reinado dos eguns, e guardava esses segredos, bem como o da geração da vida, em sua cabaça. Oxalá não se conformava com esta situação, queria poder compartilhar desses segredos. Tentava agradar sua companheira com oferendas para convencê-la a revelar seu conhecimento. Nanan, sentindo-se feliz com as atitudes de Oxalá, decide mostrar-lhe egun, mas apenas ela era reconhecida nesse reinado. Certa vez, enquanto Nanan trabalhava com a lama, Oxalá, disfarçando-se com as roupas dela, foi visitar egun, sem lhe pedir autorização. Quando Nanan, sentiu a falta de Oxalá e de sua própria vestimenta, teve certeza de que ele havia invadido o seu reinado, atraiçoando-a gravemente. Enfurecida com a descoberta, resolveu fechar a passagem do mundo proibido, deixando Oxalá preso. Enquanto isso, Oxalá caminhava no reinado de Nanan, tentando descobrir seus mistérios, mas apenas ela conseguia comunicar-se com os eguns. Egun, sempre envolto em seus panos coloridos, não tinha rosto, nem voz. Oxalá, usando um pedaço de carvão, criou um rosto para ele, como já havia feito com os seres humanos, e, com seu sopro divino, abriu-lhe a fala. Assim, ele conseguiu desvendar os segredos que tanto queria, mas, quando se deu conta, viu que não conseguia achar a saída. Nanan não sabia o que fazer, por isso fechou a passagem para mantê-lo preso até encontrar uma forma de castigá-lo. Contou a Olorun sobre a traição de Oxalá, que não aprovou a atitude de ambos. Nanan errou ao revelar a Oxalá os segredos que o próprio Olorun lhe confiara. Para castigá-la, tomou o seu reinado e o entregou a Oxalá, pois ele desempenhara melhor a tarefa de zelar pelo eguns. Oxalá também foi castigado, pois invadiu o domínio de um outro orixá. Daquele dia em diante, Oxalá seria obrigado a usar as roupas brancas de Nanan, cobrindo o seu rosto com um chorão, que somente as iyabás usam.
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Nanan, esposa de Orixalá, gerou e deu à luz a um filho. Sua criação não foi perfeita, nascendo uma criança doente, com muitas chagas recobrindo seu pequeno corpo. Ela não conseguia imaginar que maldição era aquela, que trouxe de suas entranhas uma criatura tão infeliz! Sentindo-se impossibilitada de cuidar daquela criança, pois mal conseguia olhar para ela, resolveu deixá-la perto do mar. Se a morte a levasse seria melhor para todos. Yemonjá, que estava saindo do mar, viu aquele pequeno ser deitado nas areias da praia. Ficou olhando por algum tempo, para ver se havia alguém tomando conta dele, mas ninguém aparecia. Então, a grande divindade das água foi ver o que estava acontecendo. Quando chegou mais perto, pôde compreender que aquela criança tinha sido abandonada por estar gravemente enferma. Sentindo uma imensa compaixão por aquela pobre criatura, não pensou em mais nada, a não ser em adotá-lo como a um filho. Com seu grande instinto maternal, Yemonjá dispensou a ele todo o carinho e os cuidados necessários para livrá-lo da doença. Ela envolveu todo o corpo do menino com palhas, para que sua pele pudesse respirar e, assim, fechar as chagas. Obaluayê cresceu e continuou usando aquele tipo de roupa, e ninguém, a não ser sua querida mãe, tinha visto seu rosto. Era um ser austero e misterioso, provocando olhares curiosos e assustados de todos. Ninguém conseguia imaginar o que se escondia sob aquelas palhas. Oyá, certa vez, o encarou, pedindo que descobrisse seu rosto, pois queria desvendar, de uma vez por todas, aquele mistério. Obaluayê, sem lhe dar a menor atenção, negou-se a fazê-lo. Ela, que nunca se deu por vencida, resolveu enfrentá-lo. Usando toda sua força, evocou o vento, fazendo voar as palhas que o protegiam. Quando a poeira assentou, Oyá pode ver um ser de uma beleza tão radiante, que só poderia ser comparado ao sol. Nem mesmo ela, como orixá, conseguia erguer os olhos para ele. Assim, todos entenderam que aquele mistério deveria continuar escondido. Uma outra lenda nos mostra que esse poderoso orixá, em suas andanças pelo mundo, pode presenciar o desenrolar de muitas guerras. Os povos que Olorun criou e deu vida brigavam por um pedaço de terra. Muitas pessoas morriam, para que seus líderes pudessem conquistar extensões maiores para seu reinado. Os limites, para esses guerreiros, eram insuperáveis, e as guerras não tinham mais fim. Obaluayê não entendia o motivo destas guerras, já que Olorun havia criado a terra para todos. As lutas traziam muita dor e destruição, e ninguém mais sabia dar o devido valor à vida humana. Os homens só pensavam em seus interesses materiais. Obaluayê, indignado com essa situação, resolveu mostrar a eles que a vida é o maior tesouro que alguém pode ter. O poderoso orixá traçou, então, com seu cajado, um grande círculo no chão, no centro dos conflitos. Colocou dentro dele todo tipo de doença existente. Todo guerreiro, que por ali passasse, iria contrair algum tipo de doença. De fato, foi o que aconteceu. Muitas pessoas adoeceram, inclusive os líderes dos exércitos. Só isso conseguiu por fim às guerras. As doenças se transformaram em epidemias, deixando populações inteiras à beira da morte. Um babalawô revelou o mau presságio, pedindo a todos que refletissem sobre o que estava acontecendo, por culpa deles próprios. Obaluayê havia mandado essas mazelas para a terra, a fim de mostrar que, enquanto temos saúde e uma vida plena, não devemos nos preocupar excessivamente com coisas materiais. Desta vida nada se leva, a não ser o conhecimento e a experiência que acumulamos. Assim, os que aceitaram esses desígnios e fizeram oferendas, conforme explicou o babalawô, conseguiram livrar-se de suas enfermidades e restabelecer sua dignidade. Mas, infelizmente, nem todos agiram assim. Talvez, por isso, existam tantos povos africanos vivendo do mesmo jeito há milhares de anos, tentando não se desligar da natureza.
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Yemanjá, grande orixá das águas, era filha de Olokun, o senhor dos oceanos. Era possuidora de um grande instinto maternal, que fez dela mãe de dez filhos. Embora casada, não tinha grande apego por seu marido. Às vezes, pensava em deixá-lo, mas ele era um homem muito importante e poderoso, e não permitiria tal desonra. Yemanjá também pensava no bem-estar de seus filhos, não podendo deixá-los desamparados. Seu marido usava o poder com tirania, inclusive com sua família, tornando a vida dela insuportável. Ela não agüentava mais se submeter aos caprichos de um homem que ela desprezava. Ela procurou seu pai para aconselhar-se sobre a atitude que deveria tomar. No fundo, ela já estava decidida a fugir, mas precisava de seu apoio. Olokun não a recriminou, pois ela era uma soberana e, como tal, não poderia aceitar o jugo de ninguém. Ele, então, deu à sua filha uma cabaça com encantamentos, para que ela usasse quando estivesse em perigo. Yemanjá colocou seu plano em prática, fugindo com todos os seus filhos. Quando ela já estava bem longe de sua aldeia, viu que estava sendo perseguida pelo exército de seu marido. Pensou em enfrentá-los, mas eles eram muitos e seria uma luta desleal. Yemanjá odeia os confrontos, pela destruição que causam, já que é um orixá propagador de vida. Quando se sentiu acuada, resolveu abrir a cabaça e pedir socorro ao seu pai. Do seu interior escoou um líquido escuro, que, ao tocar o chão, imediatamente formou um rio, que corria em direção ao oceano. Foi nessas águas que Yemanjá e seu povo encontraram um caminho para a liberdade.
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Exú sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás. Olorun, quando o criou, deu-lhe, entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe. Por isso, nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava, para trazer alegria e animação a todos. Sempre foi assim, até que um dia os orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticos estavam muito altos, e que não ficava bem tanta agitação. Então, eles pediram a Exú, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a paz voltasse a reinar. Assim foi feito, e Exú nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos. Um belo dia, numa dessas festas, os orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia. As cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores. Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Exú que voltasse a animar as festas, pois elas estavam muito sem vida. Exú negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada, mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse. Logo apareceu um homem, de nome Ogan. Exú confiou-lhe a missão de tocar tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades dos orixás. E, daquele dia em diante, os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros pais e denominados Ogans.
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No início dos tempos, cada orixá dominava um elemento da natureza, não permitindo que nada, nem ninguém, o invadisse. Guardavam sua sabedoria como a um tesouro. É nesse contexto que vivia a mãe das água doces, Oxun, e o grande caçador Odé. Esses dois orixás constantemente discutiam sobre os limites de seus respectivos reinados, que eram muito próximos. Odé ficava extremamente irritado quando o volume das águas aumentavam e transbordavam de seus recipientes naturais, fazendo alagar toda a floresta. Oxun argumentava, junto a ele, que sua água era necessária à irrigação e fertilização da terra, missão que recebera de Olorun. Odé não lhe dava ouvidos, dizendo que sua caça iria desaparecer com a inundação. Olorun resolveu intervir nessa guerra, separando bruscamente esses reinados, para tentar apaziguá-los. A floresta de Odé logo começou a sentir os efeitos da ausência das águas. A vegetação, que era exuberante, começou a secar, pois a terra não era mais fértil. Os animais não conseguiam encontrar comida e faltava água para beber. A mata estava morrendo e as caças tornavam-se cada vez mais raras. Odé não se desesperou, achando que poderia encontrar alimento em outro lugar. Oxun, por sua vez, sentia-se muito só, sem a companhia das plantas e dos animais da floresta, mas também não se abalava, pois ainda podia contar com a companhia de seus filhos peixes para confortá-la. Odé andou pelas matas e florestas da Terra, mas não conseguia encontrar caça em lugar algum. Em todos os lugares encontrava o mesmo cenário desolador. A floresta estava morrendo e ele não podia fazer nada. Desesperado, foi até Olorun pedir ajuda para salvar seu reinado, que estava definhando. O maior sábio de todos explicou-lhe que a falta d’água estava matando a floresta, mas não poderia ajudá-lo, pois o que fez foi necessário para acabar com a guerra. A única salvação era a reconciliação. Odé, então, colocou seu orgulho de lado e foi procurar Oxun, propondo a ela uma trégua. Como era de costume, ela não aceitou a proposta na primeira tentativa. Oxun queria que Odé se desculpasse, reconhecendo suas qualidades. Ele, então, compreendeu que seus reinos não poderiam sobreviver separados, unindo-se novamente, com a benção de Olorun. Dessa união nasceu um novo orixá, um orixá príncipe, Logun-Edé, que iria consolidar esse "casamento", bem como abrandar os ímpetos de seus pais. Logun sempre ficou entre os dois, fixando-se nas margens das águas, onde havia uma vegetação abundante. Sua intervenção era importante para evitar as cheias, bem como a estiagem prolongada. Ele procurava manter o equilíbrio da natureza, agindo sempre da melhor maneira para estabelecer a paz e a fertilidade. Conta uma outra lenda que as terras e as águas estavam no mesmo nível, não havendo limites definidos. Logun, que transitava livremente por esses dois domínios, sempre tropeçava quando passava de um reinado para o outro. Esses acidentes deixavam Logun muito irritado. Um dia, após ter ficado seis meses vivendo na água, tentou fazer a transição para o reinado de seu pai, mas não conseguiu, pois a terra estava muito escorregadia. Voltou, então, para o fundo do rio, onde começou a cavar freneticamente, com a intenção de suavizar a passagem da água para a terra. Com essa escavação, machucou suas mãos, pés e cabeça, mas conseguiu fazer uma passagem, que tornou mais fácil sua transição. Logun criou, assim, as margens dos rios e córregos, onde passou a dominar. Por esse motivo, suas oferendas são bem aceitas nesse local.
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Oiá ou Iansã dirige o vento, as tempestades e a sensualidade feminina. É a senhora do raio e soberana dos espíritos dos mortos, que encaminha para o outro mundo. Correspondência com os santos católicos: Santa Bárbara. VEJA ESTA LENDA 01 Um rei tinha uma filha chamada Ala. Ele queria casá-la com um príncipe poderoso. No entanto, a princesa já tinha um amante e do amante ela esperava um filho. Sabedor do fato, o rei resolveu matá-la. Numa barca, levou a princesa até o meio do rio, do rio onde vivia Oxum. Jogou a princesa no meio do rio, a casa de Oxum. O rei tinha um papagaio que o acompanhava sempre. O papagaio tudo presenciou. Tempos depois, alguns pescadores viram uma caixa boiando no rio. Foram ver de perto e dentro tinha uma criança Assustaram-se com o que viram.
Temerosos, abandonaram o seu achado na margem do rio. Pelo mesmo lugar passou outra embarcação e seus ocupantes foram atraídos pelo choro da criança. Os viajantes acabaram recolhendo a criança e a levaram a presença do rei. O rei ficou feliz com o presente e resolveu apresentar a criança ao povo como sendo filha sua. Ele sentia falta da filha que afogara, sentia-se sozinho. deu uma festa para apresentar a nova filha que adotara. Quando todos estavam reunidos o papagaio contou-lhes acerca de todo o sucedido. Disse que a menina havia nascido na casa de Oxum. Portanto, deveriam devolvê-la ao rio. O rei então se deu conta de que a menina era sua neta e devolveu-a ao rio onde nascera. A criança cresceu protegida por Oxum.ESTA MENINA ERA YANSÃ
Oxum é a rainha das águas, donas dos rios e da cachoeiras, representa a Deusa da beleza, orixá do amor, da fertilidade e da maternidade, responsável pela proteção dos fetos e das crianças recém-nascidas, Seu elemento é a água, sua cor é o amarelo.
Filha predileta de Oxalá e Yemanjá.
Nos mitos, ela foi casada com Oxossi, a quem engana, com Xangô, com ogum, de quem sofria maus tratos e xangô a salva.
Seduz Obaluaiê, que fica perdidamente apaixonado, obtendo dele, assim, que afaste a peste do reino de Xangô.
Mas Oxum é considerada unanimente como uma das esposas de xangô e rival de Iansã e Obá. Segunda mulher de Xangô, deusa do ouro (na África seu metal era o cobre), riqueza e do amor, foi rainha em Oyó, sendo a sua preferida pela jovialidade e beleza.
À Oxum pertence o ventre da mulher e ao mesmo tempo controla a fecundidade, por isso as crianças lhe pertencem.
A maternidade é sua grande força, tanto que quando uma mulher tem dificuldade para engravidar, é à Oxum que se pede ajuda.
Oxum é essencialmente o Orixá das mulheres, preside a menstruação, a gravidez e o parto. Desempenha importante função nos ritos de iniciação, que são a gestação e o nascimento. Orixá da maternidade, ama as crianças, protege a vida e tem funções de cura. Fecundidade e fertilidade são por extensão, abundância e fartura e num sentido mais amplo, a fertilidade irá atuar no campo das idéias, despertando a criatividade do ser humano, que possibilitará o seu desenvolvimento. Oxum é o orixá da riqueza - dona do ouro, fruto das entranhas da terra.
É alegre, risonha, cheia de dengos, inteligente, mulher-menina que brinca de boneca, e mulher-sábia, generosa e compassiva, nunca se enfurecendo.
Elegante, cheia de jóias, é a rainha que nada recusa, tudo dá. Tem o título de iyalodê entre os povos iorubá: aquela que comanda as mulheres na cidade, arbitra litígios e é responsável pela boa ordem na feira.
Oxum tem a ela ligado o conceito de fertilidade, e é a ela que se dirigem as mulheres que querem engravidar, sendo sua a responsabilidade de zelar tanto pelos fetos em gestação até o momento do parto, onde Iemanjá ampara a cabeça da criança e a entrega aos seus Pais e Mães de cabeça. Oxum continua ainda zelando pelas crianças recém-nascidas, até que estas aprendam a falar. É o orixá do amor, Oxum é doçura sedutora. Todos querem obter seus favores, provar do seu mel, seu encanto e para tanto lhe agradam oferecendo perfumes e belos artefatos, tudo para satisfazer sua vaidade.
Na mitologia dos orixás ela se apresenta com características específicas, que a tornam bastante popular nos cultos de origem negra e também nas manifestações artísticas sobre essa religiosidade.
O orixá da beleza usa toda sua astúcia e charme extraordinário para conquistar os prazeres da vida e realizar proezas diversas.
Amante da fortuna, do esplendor e do poder, Oxum não mede esforços para alcançar seus objetivos, ainda que através de atos extremos contra quem está em seu caminho.
Ela lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Seu maior desejo, no entanto é ser amada, o que a faz correr grandes riscos, assumindo tarefas difíceis pelo bem da coletividade.
Em suas aventuras, este orixá é tanto uma brava guerreira, pronta para qualquer confronto, como a frágil e sensual ninfa amorosa.
Determinação, malícia para ludibriar os inimigos, ternura para com seus queridos, Oxum é, sobretudo a deusa do amor.
Preto velho trabaia.
Preto veio num brinca.
Serviço de preto-velho zi fio.
E serviço limpo.
Salve a corrente sagrada dos preto velhos
Salve Yansã
Iansã e Xangô; Paixão Pode haver relacionamentos amorosos entre todos os filhos dos orixás em suas diversas combinações. Mas Se existe uma possibilidade de encontro ideal, essa possibilidade encontra campo para sua plena manifestação na combinação dos filhos de Yansã e Xangô. É a relação mais completa e apaixonada no âmbito homem/mulher. Iansã é incapaz de trair Xangô ou de deixá-lo, mesmo nas situações mais adversas, aliás Iansã é incapaz de trair covardemente qualquer um. De todas as esposas de Xangô é a única que não se faz de vítima, nem usa de subterfúgios e chantegens emocionais, pois se ele não a quiser, com certeza encontrará outro Xangô que a queira e muito. Ambos são tão parecidos, que um adivinha o que o outros está a pensar ou planejar. A ligação psíquica que ocorre entre os filhos de Iansã e Xangô e algo, por vezes assustador. As afinidades, interesses e modo de ver e entender a vida é muito presente nessa união. Iansã e Xangô é o amor apaixonado, sexual e ao mesmo tempo companheiro, solidário. Podem ser casados ou amantes, um jamais esquecerá o outro. Quando um dos dois se interessa por uma terceira pessoa ou novidade (algo comum de ocorrer com os dois, pois ambos são conquistadores e sedutores por natureza) o que está sendo ou pode vir a ser traído, não se volta contra o outro e sim aniquila, se possível extermina o terceiro elemento. Acabam sempre por voltar um para o outro, pois simplesmente não conseguem viver plenamente se não estiverem juntos, seja da maneira que encontrarem para viver sua paixão. Mesmo que briguem violentamente e venham a se odiar, pois tudo é intenso nos dois, com o tempo perdoam-se mutuamente, pois têm necessidade vital um do outro. Outro aspecto interessante é que Iansã não aceita ordens de ninguém, nem de Xangô, mas no íntimo acaba fazendo o que o amado quer. E Xangô, implacável com os que o contrariam ou traem, acaba por perdoar tudo o que Oyá faz. Tem um ditado que díz que os orixás Iansã e Xangô foram criados juntos e um dia deixarão de existir juntos. Um não tem finalidade sem o outro. Afinal o vento antecede a tempestade. Iansã tem a capacidade de trazer alegria e renovação, dando um novo rumo para a vida de Xangô. Xangô tem a capacidade de dar estabilidade e cuidar da impulsiva Oyá. O nome "Yansã" foi dado por Xangô. O nome Yansã refere-se ao entardecer e significa a mãe do céu rosado ou a mãe do entardecer e não quer dizer a mãe dos nove. Xangô dizia que ela era radiante como o entardecer ou como o céu rosado e é por isso que o rosa (e o rosa alaranjado) é sua cor por excelência. Outra prova de amor de Xangô à sua amada Iansã era a de que quando fosse punir seus inimigos com seus trovões, aquele que lembrasse e pronunciasse o nome da amada, teria a sua vida poupada. Kaô Epa Hey Cabecile
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LENDA 02
Oiá desejava ter filhos, mas não podia conceber. Oiá foi consultar um babalaô e ele mandou que ela fizesse um ebó. Ela deveria oferecer um carneiro, um agutã, muitos búzios e muitas roupas coloridas. Oiá fez o sacrifício e teve nove filhos. Quando ela passava, indo em direção ao mercado, o povo dizia: "Lá vai Iansã". Lá ia Iansã, que quer dizer mãe nove vezes. E lá ia ela orgulhosa ao mercado vender azeite-de-dendê. Em sinal de respeito, por ter seu pedido atendido, Iansã, a mãe de nove filhos, nunca mais comeu carneiro
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Sou merecedor.
Mereço tudo o que é bom.
Não uma parte, não um pouquinho,mas tudo o que é bom.
Agora me afasto de todos os pensamentos negativos, restritivos.
Liberto e deixo ir todas as minhas limitações.
Em minha mente, sou livre.
Agora me transporto para um novo espaço de consciência, onde estou disposto a me ver de maneira diferente.
Estou decidido a criar novos pensamentos sobre mim mesmo e minha vida.
Meu modo de pensar torna-se uma nova experiência.
Eu agora sei e afirmo que sou uno com o Poder de Prosperidade do Universo. Assim, prospero de inúmeras maneiras.
Está diante de mim a totalidade das possibilidades.
Mereço vida